sexta-feira, 19 de março de 2010


Primeira infância
Na sociedade atual passamos por um conjunto de crises sem perspectivas próximas de superação da crise do trabalho, crise da família, crise da escola, crise do Estado... e de suas instituições.Isso acaba interferindo no desenvolvimento e crescimento na primeira infância.
A criança ao nascer e nos seus primeiros anos de vida é totalmente dependente dos outros membros da espécie. A impotência da criança ao nascer para lidar com o ambiente físico para garantir sua sobrevivência é recompensada com uma “força compensadora”, que é a sua capacidade social. A criança nasce com mais tendências instintivas do que os outros animais, mas os filhotes destes aperfeiçoam seus instintos com mais rapidez e eficiência para se adaptar ao ambiente. Suas aptidões físicas compensam sua falta de aptidão social.
“O mecanismo vital e inato da criança e seus impulsos, tudo contribui para facilitar a correspondência de natureza social.” (Dewey, 1979, p. 46) O desenvolvimento da criança intensifica seu interesse e atenção pelos atos das outras pessoas. Sua natureza social amplia-se infinitamente com a aquisição da linguagem e participação nas atividades conjuntas.
A criança pode ser compreendida com suas próprias capacidades e demandas específicas de crescimento. A imaturidade traz em si uma possibilidade construtiva com dois traços: a interdependência que garante a sobrevivência e a aptidão de aprender com a experiência, o poder de extrair e reter dos fatos alguma coisa aproveitável para solver as dificuldades de uma situação. Aprender um ato traz a possibilidade de contínuo progresso.
No caso da criança, o uso inteligência está presente em todas as atividades como o brincar, o jogar etc., já que todas elas são conduzidas por significados. Neste sentido, mesmo o caso da imitação, não deve ser entendida como mera reprodução da ação do adulto, mas um complexo processo de pensamento que implica a seleção de significados e o esforço voluntário para expressão num contexto de relações sociais. Estes conceitos guardam estreita relação com continuidade da vida. Daí conclui Dewey: “Vida é desenvolvimento e o desenvolver-se, o crescer, é vida.”


A escola é uma forma de comunidade e as atividades sociais devem ter pleno espaço. Por isso, a escola deve oportunizar atividades como jogos, brincadeiras, representações teatrais, atividades de cozinhar, costurar, jardinagem, atividades que envolvem a criação e expressão pela diferentes mídias e linguagens. Aprender é fazer algo e não apenas ouvir ou reproduzir mecanicamente. Aprender a fazer uma atividade num ambiente social significa reconstruir mental e fisicamente aquelas experiências mais significativas para a humanidade no contexto de vida do grupo.
Piaget mostra que em todo o comportamento inteligente ocorre um estado de equilibração entre um processo em que acomodação à realidade vai de encontro a processos de assimilações que, por sua vez podem organizar e dirigir as acomodações.

Assimilação: O organismo, para poder incorporar ao seu sistema os valores alimentares das substâncias que absorve, deve transformá-las, como por exemplo, um alimento duro e com uma forma clara no começo ao ser inserido, será transformado em macio e amorfo. Ao ocorrer o processo de digestão, a substância perderá sua identidade original até converter-se em parte da estrutura do organismo.

Acomodação: O organismo, ao mesmo tempo em que transforma as substâncias alimentícias, para poder incorporá-las, transforma também ele mesmo. Assim, a boca (ou órgão correspondente conforme a espécie) deverá abrir-se, o objeto deverá ser mastigado e os processos digestivos devem adaptar-se as propriedades químicas e físicas particulares do objeto. Acomodação é o movimento do processo de adaptação pelo qual o organismo altera-se, de acordo com as características do objeto a ser ingerido.



referencias

• SMITH & STRICK. Dificuldades de Aprendizagem de A a Z . São Paulo: Artes Médicas, 2001.
• DEWEY, John. Democracia e educação. Tradução: Godofredo Rangel e Anísio Teixeira. São Paulo: Nacional, 1979. Atualidades pedagógicas; vol. 21.
• PILETTI, Nelson. Psicologia Educacional. São Paulo: Ática, 1999.

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